A companheira
Luiz Tatit
Eu ia saindo
Ela estava ali
No portão da frente
Ia até o bar
Ela quis ir junto
Tudo bem, eu disse
Ela ficou supercontente
Falava bastante
O que não faltava era assunto
Sempre ao meu lado
Não se afastava um segundo
Uma companheira
Que ia fundo
Onde eu ia
Ela ia
Onde eu olhava
Ela estava
Quando eu ria
Ela ria
Não falhava
No dia seguinte
Ela estava ali
No portão da frente
Ia trabalhar
Ela quis ir junto
Avisei que lá
O pessoal era muito exigente
Ela nem se abalou
"O que eu não souber
eu pergunto"
E lançou na hora
Mais um argumento profundo
Iria comigo até o fim do mundo
Me esperava
No portão
Me encontrava
Dava a mão
Me chateava
Sim ou não?
Não.
De repente a vida ganhou sentido
Companheira assim nunca tinha tido
O que pinta sempre é uma coisa estranha
É companheira que não acompanha
Isso pra mim é felicidade
Achar alguém assim na cidade
Como uma letra para a melodia
Fica do lado faz companhia
Pensava nisso
Quando ela ali
No portão da frente
Me viu pensando
Quis pensar junto
Pensar é um ato tão
Particular do indivíduo
E ela, na hora:
"Particular, é? duvido.
E como de fato
Eu não tinha lá muita certeza
Entrei na dela
Senti firmeza
Eu pensava
Até um ponto
Ela entrava
Sem confronto
Eu fazia
O contraponto
E pronto.
Pensar assim virou uma arte
Uma canção feita em parceria
Primeira parte segunda parte
Volta o refrão e acabou a teoria
Pensamos muito por toda a tarde
Eu começava ela prosseguia
Chegamos mesmo modéstia à parte
A uma pequena filosofia
Foi nessa noite
Que bem ali
No portão da frente
Eu fiquei triste
Ela ficou junto
E a melancolia foi
Tomando conta da gente
Desintegrados
Éramos nada em conjunto
Quem nos olhava só via
Dois vagabundos
Andando assim meio
Moribundos
Eu tombava
Numa esquina
Ela caía
Por cima
Um coitado
E uma dama
Dois na lama
Mas durou pouco
Foi só uma noite
E felizmente
Eu sarei logo
Ela sarou junto
E a euforia
Bateu em cheio na gente
Sentíamos ter toda
A felicidade do mundo
Olhava a cidade
E achava a coisa mais linda
E ela achava
Mais linda ainda
Eu fazia uma poesia
Ela lia e declamava
Qualquer coisa que eu escrevia
Ela amava
Isso também durou só um dia
Chegou a noite acabou a alegria
Voltou a fria realidade
Aquela coisa bem na metade
Nunca a metade foi tão inteira
Uma medida que se supera
Metade ela era a companheira
Outra metade era eu que era
voz e violão: LUIZ TATIT
piano: RICARDO BREIM
violino: LAERCIO DINIZ
violino: BEATRIZ
viola: FÁBIO TAGLIAFERRI
cello: ANA MARIA CHAMORRO
arranjo
RICARDO BREIM
Eu ia saindo
Ela estava ali
No portão da frente
Ia até o bar
Ela quis ir junto
Tudo bem, eu disse
Ela ficou supercontente
Falava bastante
O que não faltava era assunto
Sempre ao meu lado
Não se afastava um segundo
Uma companheira
Que ia fundo
Onde eu ia
Ela ia
Onde eu olhava
Ela estava
Quando eu ria
Ela ria
Não falhava
No dia seguinte
Ela estava ali
No portão da frente
Ia trabalhar
Ela quis ir junto
Avisei que lá
O pessoal era muito exigente
Ela nem se abalou
"O que eu não souber
eu pergunto"
E lançou na hora
Mais um argumento profundo
Iria comigo até o fim do mundo
Me esperava
No portão
Me encontrava
Dava a mão
Me chateava
Sim ou não?
Não.
De repente a vida ganhou sentido
Companheira assim nunca tinha tido
O que pinta sempre é uma coisa estranha
É companheira que não acompanha
Isso pra mim é felicidade
Achar alguém assim na cidade
Como uma letra para a melodia
Fica do lado faz companhia
Pensava nisso
Quando ela ali
No portão da frente
Me viu pensando
Quis pensar junto
Pensar é um ato tão
Particular do indivíduo
E ela, na hora:
"Particular, é? duvido.
E como de fato
Eu não tinha lá muita certeza
Entrei na dela
Senti firmeza
Eu pensava
Até um ponto
Ela entrava
Sem confronto
Eu fazia
O contraponto
E pronto.
Pensar assim virou uma arte
Uma canção feita em parceria
Primeira parte segunda parte
Volta o refrão e acabou a teoria
Pensamos muito por toda a tarde
Eu começava ela prosseguia
Chegamos mesmo modéstia à parte
A uma pequena filosofia
Foi nessa noite
Que bem ali
No portão da frente
Eu fiquei triste
Ela ficou junto
E a melancolia foi
Tomando conta da gente
Desintegrados
Éramos nada em conjunto
Quem nos olhava só via
Dois vagabundos
Andando assim meio
Moribundos
Eu tombava
Numa esquina
Ela caía
Por cima
Um coitado
E uma dama
Dois na lama
Mas durou pouco
Foi só uma noite
E felizmente
Eu sarei logo
Ela sarou junto
E a euforia
Bateu em cheio na gente
Sentíamos ter toda
A felicidade do mundo
Olhava a cidade
E achava a coisa mais linda
E ela achava
Mais linda ainda
Eu fazia uma poesia
Ela lia e declamava
Qualquer coisa que eu escrevia
Ela amava
Isso também durou só um dia
Chegou a noite acabou a alegria
Voltou a fria realidade
Aquela coisa bem na metade
Nunca a metade foi tão inteira
Uma medida que se supera
Metade ela era a companheira
Outra metade era eu que era
voz e violão: LUIZ TATIT
piano: RICARDO BREIM
violino: LAERCIO DINIZ
violino: BEATRIZ
viola: FÁBIO TAGLIAFERRI
cello: ANA MARIA CHAMORRO
arranjo
RICARDO BREIM