Planalto Sampa


Ná Ozzetti / Luiz Tatit

Breu no Trianon
No museu e no vão
Pura escuridão
Planalto Sampa
Chuva de verão fugaz
Era noite, choveu,
Nada mais

Faltou luz total
Nem metrô
Nem sinal
Não se enxerga o chão
Paulista plana
Leve nave a voar
E na noite
Ninguém mais

E a cidade
Sumiu nas trevas
O temor
Eu mandei às favas
Quero o escuro
Claro que sim
Se posso olhar
Pra dentro de mim

Nem Consolação
Nem luar
Nem clarão
Brigadeiro então
Saiu do mapa
Rua Augusta se apagou
Só a noite
Se mostrou

Plena Paulista
Deu blackout
Deu blackout
Sampa levitou
Na madrugada
E São Paulo viu a paz
Uma noite,
Nunca mais